Quando um idoso começa a esquecer-se de compromissos, confunde nomes ou muda de comportamento, é natural que a família se preocupe e pense em demência.
Mas nem sempre esses sinais indicam um processo neurodegenerativo. Diversas doenças e condições clínicas reversíveis podem causar sintomas semelhantes e o diagnóstico precoce é essencial para garantir um tratamento eficaz.
Entendendo a demência: o que realmente acontece no cérebro
A demência é uma síndrome caracterizada por declínio progressivo das funções cognitivas memória, raciocínio, linguagem e comportamento suficientemente grave para interferir nas atividades diárias.
O Alzheimer é o tipo mais comum, mas existem várias formas, incluindo a demência vascular, frontotemporal e corpos de Lewy.
Embora esteja mais associada ao envelhecimento, a demência não é uma parte normal da velhice.
Os primeiros sintomas costumam incluir:
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Perda de memória recente;
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Dificuldade em realizar tarefas habituais;
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Desorientação;
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Alterações de humor e personalidade;
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Comprometimento do julgamento e da capacidade de decisão.
Quando esses sintomas aparecem de forma súbita ou flutuante, o mais provável é que outra condição esteja a interferir no funcionamento cerebral.
Diagnóstico diferencial: condições que imitam a demência
Os médicos chamam de diagnóstico diferencial o processo de distinguir a demência verdadeira de outras causas com sintomas semelhantes.
Podem ser outras as condições que podem causar confusão mental, lapsos de memória e alterações de comportamento em idosos e que muitas vezes são tratáveis:
1. Infeções (como urinárias ou respiratórias)
Provocam delírio e alterações súbitas do comportamento, especialmente em idosos frágeis.
2. Delírio pós-hospitalar
Surge após cirurgias, infeções ou uso de múltiplos medicamentos. Caracteriza-se por confusão e alucinações súbitas.
3. Reações a medicamentos
Alguns fármacos, especialmente anticolinérgicos, sedativos e ansiolíticos, podem causar défice cognitivo temporário.
4. Traumatismos cranianos leves
Podem originar hematomas subdurais, especialmente em idosos que tomam anticoagulantes.
5. Distúrbios da tiroide
Tanto o hipotiroidismo quanto o hipertiroidismo afetam memória e concentração.
6. Déficits nutricionais (vitaminas B1, B6, B9, B12 e D)
Essenciais para a função neurológica; sua deficiência causa irritabilidade, apatia e confusão.
7. Depressão geriátrica
Também chamada de pseudodemência depressiva, pode simular sintomas de Alzheimer, mas melhora com tratamento adequado.
8. Diabetes mal controlada
Tanto hipoglicemia quanto hiperglicemia afetam o desempenho cerebral.
9. Hidrocefalia de pressão normal
Provoca marcha instável, incontinência urinária e declínio cognitivo; é tratável com cirurgia.
10. Distúrbios hepáticos e renais
A acumulação de toxinas no sangue compromete o sistema nervoso central.
11. Tumores cerebrais ou metástases
Podem provocar sintomas semelhantes aos da demência, dependendo da área cerebral afetada.
12. Doenças cardíacas e pulmonares
A redução do fluxo sanguíneo e de oxigénio ao cérebro pode causar confusão e lentidão mental.
13. Consumo excessivo de álcool
O álcool interfere com a absorção de vitaminas e destrói neurónios.
14. Exposição a metais pesados
Chumbo, mercúrio e alumínio estão entre os mais tóxicos para o sistema nervoso.
15. Problemas de visão ou audição
Podem isolar o idoso e gerar comportamentos confundidos com demência.
16. Infeções crónicas (HIV, sífilis, Lyme)
Afetam o sistema nervoso central e comprometem as funções cognitivas.
17. Má nutrição e desidratação
Causam lentidão mental e fraqueza geral.
18. Privação de sono e apneia
O sono insuficiente prejudica atenção, memória e humor.
19. Efeitos da anestesia
Comuns após cirurgias em idosos, especialmente em internamentos prolongados.
20. Distúrbios emocionais e isolamento social
A solidão, ansiedade e luto prolongado podem afetar profundamente o funcionamento cognitivo.
A importância do diagnóstico precoce
Um diagnóstico correto requer avaliação médica, testes cognitivos e exames complementares (análises de sangue, TAC, ressonância magnética, etc.).
Detectar precocemente o que está por trás das alterações cognitivas permite tratar ou reverter sintomas e melhorar significativamente a qualidade de vida do idoso e da família.
Conclusão
Nem sempre a confusão mental é sinónimo de demência.
Apenas um profissional de saúde pode determinar a causa e, muitas vezes, a boa notícia é que o problema tem solução.
Se notar mudanças súbitas no comportamento ou memória de um idoso, procure um médico sem demora.
Cuidar-se hoje é o melhor investimento para um amanhã com mais autonomia, memória e qualidade de vida.
Estou aqui para ajudar a realizar uma avaliação gerontológica completa, identificar fatores de risco e orientar os próximos passos para um envelhecimento saudável e ativo.
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